
Mais de 300 anos depois, a luta dos líderes negros Zumbi e Dandara e a existência do Quilombo dos Palmares seguem sendo exemplo de resistência e de combate ao racismo, à violência e à exploração. Neste mês da Consciência Negra, que tem o dia 20 de novembro como data simbólica, é imprescindível resgatar essa história e suas lições.
Este ano, o 20 de novembro foi aprovado como feriado estadual em São Paulo, fruto da luta travada há vários anos pelo Movimento Negro e que já garantiu essa conquista em seis estados brasileiros. Agora, a exigência para que o governo Lula faça o mesmo em nível nacional é fundamental, pois queremos que essa data, que simboliza a luta dos explorados, seja reconhecida em todo o país.
Por quase 100 anos, o Quilombo dos Palmares resistiu e enfrentou os ataques dos colonizadores portugueses e holandeses e da elite latifundiária da época. Mas mais do que um refúgio de negros e negras foragidos, Palmares também reuniu indígenas, mulheres e homens brancos pobres, que se organizaram em unidade e de forma coletiva. Com fugas, revoltas e autodefesa enfrentaram e enfraqueceram o regime escravocrata.
Lições de luta e resistência que se repetiram em outros momentos, como na Revolta da Chibata, Balaiada, Revolta dos Malês, Cabanagem, e outras, e que até hoje são necessárias para enfrentar o racismo e a exploração que ainda recaem sobre a população negra, já que a abolição, sem reparação, manteve negros e negras excluídos/as e à margem da sociedade, com consequências que vemos até hoje.
O racismo e a violência do Estado
Os números não deixam dúvidas. O racismo faz parte do funcionamento da sociedade capitalista, podendo ser verificado na exclusão e marginalização impostas aos negros e às negras, seja no mercado de trabalho, educação, saúde, moradia e várias áreas.
Fonte: CSP Conlutas